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Edifício Germaine: morar moderno em três tempos

Edifício Germaine: morar moderno em três tempos
 

Resumo
 
O edifício Germaine é uma obra pouco conhecida e referida pela historiografia da Arquitetura Moderna em São Paulo. No entanto, foi destacado com o prêmio de “o mais belo edifício de construído no biênio 1941-1942” outorgado pela Prefeitura Municipal de São Paulo (ato no. 1573 de 8/4/39). Embora se trate de um caso excepcional, cuja autoria é atribuída a um arquiteto de origem austríaca – Enrico Brand – de quem não se tem outra referência, esta obra antecipa mudanças sob o aspecto formal que só viriam a se realizar com desenvoltura na década de 1950.
Há pelo menos três aspectos que a tornam uma obra de interesse singular: sua implantação, suas características volumétricas e a presença de elementos típicos da linguagem moderna. Mas também poderíamos acrescentar as sucessivas mudanças de uso nele ocorridas: inicialmente como apartamentos de pequenas dimensões seria convertido posteriormente no Hotel Alvear e, recentemente voltaria a ser reconvertido em edifício de apartamentos.
Palavras-chave: Arquitetura moderna, Centro Histórico de São Paulo, Habitação


Abstract
 
The Germaine building is a little-known work that have not been mentioned either by the historiography of Modern Architecture in São Paulo. However, it was awarded as "the most beautiful building built in the biennium 1941-1942" a prize granted by the Municipality of São Paulo (Act No. 1573 of 8/4/39). Although it is an exceptional case, a work attributed to Enrico Brand, an Austrian architect of whom no other reference is made, its design anticipates changes in the formal aspects that would only come to fruition in the 1950s.
There are at least three aspects that make it a work of singular interest: the way it is settled in the lot, its volumetric characteristics and the presence of the modern language typical elements. In addition, we could add, the successive changes that took place in the building: consisting initially of small apartments, it would later be converted to Hotel Alvear and would recently be re-converted into an apartment building.
Keywords: Modern architecture, Historic Center of São Paulo, Housing
 

Introdução
 
Na primeira metade do século XX, São Paulo assistiu um notável processo de transformação, resultado de intensas mudanças econômicas, acompanhadas dos avanços tecnológicos e de novos padrões de desenvolvimento urbano. O centro histórico da cidade concentrou neste período um vasto repertório de edificações que introduziram novos parâmetros, dando testemunho destas transformações. Os exemplares pioneiros deste processo, produzidos ao longo da década de 1920, incorporaram novos sistemas construtivos e modernos meios de circulação mantendo, todavia, uma expressão formal ainda tributária da tradição acadêmica. No início da década de 1930, esta produção começa a ensaiar mudanças na linguagem arquitetônica, alcançando significativo desenvolvimento entre os anos de 1940 e 1950. Nesta trajetória não deixam de ocorrer ambiguidades e contradições. Da mesma forma, grande parte do repertório representativo deste processo é pouco conhecido e estudado.
A vitalidade deste período se manifesta tanto transformações urbanas como nas inovações arquitetônicas então introduzidas. São significativas as reestruturações empreendidas a partir da década de 1910. Victor Freire, um de seus protagonistas, havia proposto a criação de um anel em torno da colina histórica com o objetivo de desafogar o tráfego que demandava a região central. A Rua Líbero Badaró foi então inteiramente reformulada assim como, no lado leste, a Rua Boa Vista teve sua continuidade estendida até o Pátio do Colégio, por meio da construção de um viaduto. A reurbanização do vale do Anhangabaú e sua transposição por meio do Viaduto do Chá, 1892, permitiram, por sua vez, a expansão do centro na direção oeste. O plano de Avenidas de Prestes Maia (1930) ampliaria os limites do centro velho abarcando também o denominado Centro Novo por meio de um segundo anel viário.
Estas diretrizes urbanísticas não se materializaram apenas pelo aperfeiçoamento do sistema de circulação e pela introdução de novos parques que embelezavam os vales que delimitam a colina de fundação da cidade. Um dos elementos fundamentais destas transformações se realizaria por meio de novas construções que viriam a caracterizar a imagem cosmopolita da cidade. As edificações que surgem então se caracterizam por estruturas de grande desenvolvimento vertical. As novas vias de circulação, corrigidas e ampliadas, serão preenchidas quase inteiramente por massas contínuas de edificações, realizadas a partir de novos parâmetros de aproveitamento dos imóveis. Estas transformações vieram acompanhadas, portanto, de reformulações das normas edilícias.
O edifício Germaine é uma destas obras pouco conhecida e referida pela historiografia da Arquitetura Moderna em São Paulo. No entanto, foi destacado com o prêmio de “o mais belo edifício de construído no biênio 1941-1942” outorgado pela Prefeitura Municipal de São Paulo (ato no. 1573 de 8/4/39). Embora se trate de um caso excepcional, cuja autoria é atribuída a um arquiteto de origem austríaca – Enrico Brand[1] – de quem não se tem outra referência, esta obra antecipa mudanças sob o aspecto formal que só viriam a se realizar com desenvoltura na década de 1950.
Há pelo menos três aspectos que o tornam uma obra de interesse singular: a sua implantação, as suas características volumétricas e a presença de elementos típicos da linguagem moderna. Mas poderíamos acrescentar as sucessivas mudanças de uso nela ocorridas: tendo surgido como edifício de apartamentos, seria convertido posteriormente no Hotel Alvear e voltaria, recentemente, a ser reconvertido em edifício de apartamentos.


Projeto e construção
 
O edifício Germaine, 1940-42 (alvará de construção Processo nº 98353/40 e habite-se: processo 56205/42), de autoria do arquiteto austríaco Enrico Brand, foi construído por Archimedes de Barros Pimentel, engenheiro formado na Escola Politécnica de São Paulo, a pedido da proprietária Germaine Lucie Burchad -  Princesa de Sanguszko e Condessa de Gontaut-Biron - uma brasileira rica proprietária de imóveis em São Paulo, que morava em Paris (figura 1).





                                               
 
Figura 1: Edifício Germaine ao fundo e Igreja de Santa Efigência no primeiro plano à esquerda. Desenho anexado no processo de 1940.
       

 

O edifício foi construído à Rua da Conceição nº 1-3D, que por ocasião das transformações empreendidas no Plano de Avenidas de Prestes Maia, viria a mudar de nome e número, passando então a ser denominada Avenida Cásper Libero, 59-79.
 Em 1944, recebe o prêmio de “o mais belo edifício construído em São Paulo no biênio 1941-1942, outorgado pela Prefeitura nos termos do ato nº 1573, de 8 de abril de 1939.
Segundo relatos de Sylvia Ficher – Os arquitetos da Poli – ensino e profissão em São Paulo - o escritório técnico A.B. Pimentel, foi responsável pela construção do Edifício Germaine e de diversos outros neste período em São Paulo. O tratamento formal  do Germaine indicava uma mudança na linguagem das construções e, como outros, foi projetado por arquitetos contratados pela construtora (2005, p.232).

O edifício Germaine e a Igreja de Santa Efigênia
 
O edifício Germaine foi construído em terreno lindeiro à Igreja (Basílica) de Santa Efigênia, cuja existência remonta aos tempos coloniais:  ela substituiu em 1809 a antiga capela de Nossa Senhora da Conceição, que seria demolida no início do século XX, para dar lugar ao atual edifício com traços neo-românicos e detalhes neogóticos, obra esta finalizada por volta de 1913. Através da série histórica das cartas da Cidade de São Paulo, é possível acompanhar estas sucessivas transformações. Os primeiros registros se encontram nas na Planta Cidade de S. Paulo de 1810, do Capitão de Engenheiros Rufino J. Felizardo e Costa (copiada e atualizada 1841) e na Carta da Capital de São Paulo de 1842, de José Jacques da Costa Ourique. Nas sucessivas cartas sua presença permanece notável. Com o progressivo adensamento da cidade construções são erguidas em suas proximidades, porém, como se vê na carta de 1881 (Planta da Cidade de São Paulo- companhia Cantareira de Esgotos – engº Henry B. Joyner) ela ainda se encontrava isolada em duas divisas possíveis, já que se trata de uma igreja de esquina, figura 3. Somente no Mapa Topographico do Município de São Paulo (Sara Brasil 1930, figura 4) a igreja se apresenta envolvida por edificações contíguas, sinal do grande adensamento ocorrido na cidade. Esta situação de certa maneira restringiu parcialmente a visibilidade do monumento religioso pelas ruas de Santa Efigênia e da Conceição, ainda que sua posição privilegiada no Largo permitisse a persistência do destaque característico de seus primeiros tempos.
Se anos de 1930 o intenso adensamento diminui a visibilidade da igreja, nos anos de 1940, a despeito da verticalização, ocorreu uma parcial inversão promovida – intencionalmente ou não – pelo Plano de Avenidas de Prestes Maia, que alargou a Rua da Conceição, hoje Avenida Cásper Libero e pelo projeto moderno de Enrico Brand que a tornou mais visível: ou seja, uma figura autônoma sobre um fundo de edificações alinhadas.
O plano de avenidas moderniza a cidade, alargando vias e ampliando visuais. O projeto de Brand, no âmbito do lote, também reafirma idealidades modernas. E aqui cabe mencionar uma em particular: a condição do edifício parcialmente afastado das divisas do lote, à procura da melhor aeração: em particular a renúncia da torre alinhada às divisas voltada para a avenida Cásper Libero, conforme as demais edificações, então submetidas aos alinhamentos típicos da cidade à época.
 Entretanto, uma análise preliminar poderia levantar algumas dúvidas: por que o edifício foi implantado à sudeste? Com certeza não seria a melhor insolação para São Paulo, embora proporcione alguma incidência solar, ainda que limitada. Uma hipótese plausível seria a de que a curvatura adotada funciona melhor como pano de fundo para a valorização da igreja. Analisando o levantamento Vasp-Cruzeiro de 1954 observa-se que a curvatura do edifício Germaine libera e amplia a fachada nordeste da igreja (figura 2). Seria esta decisão premeditada? Informações encontradas nos arquivos pesquisados indicam que sim. Para o mesmo lote, havia um projeto  de autoria do renomado escritório Severo Villares, para uma nova edificação de 13 pavimentos, que seria implantada no alinhamento frontal, como se fazia invariavelmente nesta época. Caso fosse realizado, dele resultaria em uma brutal ruptura de escala, comprometendo severamente o ambiente imediatamente vizinho ao templo religioso.
Figura 2: Mapa Vasp-Cruzeiro 1954: o Edifício Germaine libera visuais para a Igreja.
                   
 
Todavia, isso não ocorreu graças a hábil solução encontrada na definição volumétrica do Edifício Germaine projetada por Brand: composta de um volume gerado por um segmento de arco, do qual resulta uma superfície contínua e suficientemente recuada que, não obstante a diferença de escala, cria um pano de fundo capaz de ordenar as superfícies díspares das edificações vizinhas, favorecendo desta forma o destaque da igreja. No pavimento térreo um jardim e lojas comerciais, acessíveis por um cul-de-sac reforçavam a intenção: assim, o recuo proporcionado pela superfície curva não apenas atenuava a presença da massa edificada, mas abria a perspectiva para o observador que se deslocasse ao longo da Avenida Casper Líbero.
Conforme assinalou o responsável pela análise, Eng. Raul Boliger:
“Não havendo interesse à desapropriação dos terrenos lindeiros à igreja de Santa Efigênia e não obstante à proibição taxativa de construir recuado do alinhamento na zona central (artigo 32), quer me parecer poder o presente projeto ser aprovado tendo em vista o esforço do projetista em prejudicar o menos possível a igreja existente deixando a visual livre de ambos os lados de quem vai ao templo.”[2]
Fica claro, portanto, que a implantação do Edifício Germaine favoreceu ao destaque do monumento e o afastamento das lojas e respectivo corpo da torre do alinhamento da calçada acentuava a relevância da Basílica de Santa Efigênia.                            
Em 1950, através do Escritório Técnico Lucjan Korngold é solicitado - sob autoria do arquiteto Marjan R. Glogowski – um alvará de construção (processo de nº 136.504/500) para alterações no térreo e mais 10 pavimentos. O processo tratava de reformas que converteriam o edifício de apartamentos no Hotel Alvear (figura 3). Neste processo encontra-se anexado um parecer técnico da prefeitura que reafirma as intenções formais do projeto de Brand em privilegiar a Igreja de Santa Efigênia:
“Trata-se de pedido de reforma de prédio à rua Conceição aprovado pelo processo anexo 98353/40 conforme se vê aprovado com uma reentrância, recuada do alinhamento a fim de não ser prejudicada a perspectiva da Igreja de Sta. Efigênia. Pelo presente projeto, pretende o interessado ocupar esta reentrância, que não chegou a ser doada e não estando sujeita a nenhuma restrição pela Prefeitura transformando-a em lojas; a ocupação dessa reentrância é feita só no pavimento térreo, sendo o mesmo coberto com laje, enfeitada por jardim”[3] .  
No final do parecer com anuência do chefe do departamento o processo é indeferido. Outros processos de revisão são submetidos à prefeitura que então aprova as modificações requeridas. Assim, por meio do Hotel Alvear, ocorre a reconciliação entre o edifício e o alinhamento da rua, com ampliação do térreo até as divisas frontais já estipulada anteriormente na legislação da cidade de São Paulo.
Figura3: Hotel Alvear, 1953: o edifício é ampliado no térreo até a calçada. Postal Colombo.
                       
 
O edifício e as transformações de uso


O primeiro projeto de 1940 foi aprovado como prédio de apartamentos, com térreo para três lojas e um pavimento tipo que continha duas quitinetes, com dormitório, banho, ante-sala e terraço, e quatro apartamentos nas laterais com sala, dormitório, cozinha, banho e terraço. Dois conjuntos de escada e elevadores serviam os seis apartamentos. Nos 12º e 13º pisos novos arranjos foram projetados acrescentado apartamentos conjugados de dois dormitórios (figura 4).
Quando da conversão para o Hotel Alvear foram acrescidas novas dependências hoteleiras como lavanderia, restaurante, piscina e sauna. Do ponto de vista da volumetria e implantação, a mais significativa alteração ocorreu no pavimento térreo que foi ampliado por uma laje até o alinhamento da rua, sobre a qual foi projetada uma piscina, contemplando ainda a implantação de um restaurante aberto também para a rua. 
Em período recente, 2014, uma nova mudança de uso foi proposta: o Hotel Alvear foi desativado e o edifício sofreu uma nova reforma retomando a sua condição de edifício de apartamentos, em sintonia com o surgimento de demandas para novas
 
 
moradias Centro de São Paulo. Recupera-se, desse modo, com poucas alterações as antigas tipologias de 1940, agora acrescidas das instalações (piscina, sauna, etc.) remanescentes da infraestrutura hoteleira. Os folders agora anunciam Marian Residence - “Um moderno estilo de morar no Centro de São Paulo: estúdios e apartamentos com área útil de 36, 42 m² a 69,97 m², infraestrutura com Sauna, Piscina, Deck com Solarium, lavanderia, salão multiuso” (figura 4).
Figura 4: Folder Marian Residence, 2014.
                            
 
Estes três tempos ocorridos no Germaine transitam pelas modalidades habitacionais, unifamiliar e hoteleira, de algum modo muito próximas do ponto de vista programático, sobretudo pela metragem das quitinetes, muito próximas dos quartos de um hotel. Por isso, estas operações e reconversões ocorreram sem grandes modificações no sistema elétricos e hidráulicos – pois as alternativas das prumadas já estavam postas no primeiro projeto. Neste sentido, quando se discute novas ocupações e mudanças de uso no Centro Histórico de São Paulo, é prudente observar com atenção a natureza das tipologias envolvidas para um correto dimensionamento e pertinência das intervenções: quanto ao público, quanto aos custos das reformas, de manutenção e viabilidade econômica.  


Moderno que ainda [re]clama no anúncio publicitário


Que moderno é este que ainda tem voz 73 anos depois de seu surgimento? Seria o moderno da linguagem despojada de ornamentos e bem iluminado, da estrutura independente e suas consequências formais expressivas, do encurvamento arrojado de sua forma, do programa que contempla moradias compactas no centro da cidade, dos serviços e do conforto na piscina? Ou seria apenas o moderno do jogo ardiloso do marketing? Talvez seja um moderno que contemple um pouco de tudo isso.
A linguagem com certeza é despojada e os espaços são bem iluminados. A linha contínua das varandas enfatiza tanto a curvatura quanto uma horizontalidade ao gosto das manifestações da arquitetura moderna - se em mente temos a linhagem corburseriana como paradigma. Entretanto, a ideia da estrutura independente e suas consequências formais não participam explicitamente desta linguagem: os vãos entre apoios não são preenchidos na literalidade das fachadas cortinas ou corridas, e nem a estrutura é tida como expressão máxima de uma linguagem - embora o seja construtivamente.  Este moderno é no mínimo híbrido ou de transição, mas provavelmente antecipa uma sensualidade (liberdade) formal conferidas pelas curvas que tanto enfatizaram, sobretudo na arquitetura de Niemeyer, um caráter local do moderno.  
Sob o aspecto de sua organização interna, este edifício introduz na área central da cidade de São Paulo, uma modalidade de habitação de pequenas dimensões. Oferece apartamentos de dois padrões ligeiramente distintos, os da extremidade do edifício compostos de um grande salão, cozinha e banheiro e os apartamentos situados no setor intermediário, constituídos de uma sala ampla, banheiro e uma ante-sala, esta última contendo possivelmente  uma pequena cozinha. Vale notar ainda, a persistência de um traço da cultura local, correspondente às dependências destinadas às criadas, situadas no ático do edifício, às quais se acrescentavam uma lavanderia e uma nursery, isto é, um salão destinado a abrigar crianças, o sucedâneo das atuais creches, conforme o projeto aprovado em 1940. Posteriormente, este projeto seria revisto, em uma versão de 1942, dando lugar a outros tipos de apartamentos, permanecendo porém, uma dependência destinada ao chaufeur.  Verifica-se, pois, não obstante a transformação dos padrões habitacionais, a permanência de traços de organização social refletidos nas formas edificadas (figura 5).
Do ponto de vista programático, as então quitinetes e apartamentos de um dormitório parecem ainda hoje modalidades viáveis de uma forma de morar no centro da cidade: e as sucessivas reconversões de uso se encontram muito próximas: suítes de hotel e quitinetes são variações em torno de uma mesma forma de organizar a habitação mínima. O acréscimo de equipamentos implementados por ocasião da conversão em hotel, hoje incorporados às novas demandas, contribuí para a realização das expectativas e necessidades da moradia contemporânea (2014) com conforto no centro da cidade. Neste sentido, o moderno diz respeito ao conforto proporcionado pela tecnologia, pelas condições de salubridade e, pelos equipamentos, ou seja, pelo conforto da vida moderna.




                                                                  
Figura 5: Plantas Edifício Germaine , 1940.

 



Finalmente, comparecem no edifício vários elementos formais típicos da linguagem da arquitetura moderna tais como as amplas aberturas dos apartamentos voltadas para os balcões, os panos de vidro de formas cilíndrica nos apartamentos das extremidades e as divisórias em blocos de vidro entre as unidades residenciais.
Assim, ainda que de forma episódica, a cidade assistia inovações expressivas na produção arquitetônica do final da década de 1930 e início dos anos de 1940: embora pouco reconhecido, o edifício Germaine sinalizou e antecipou pioneiramente um caminho a ser seguido. 
 

Referências


Arquivo digital – Estudo de Tombamento do Centro Histórico da Cidade de São Paulo – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – 9ª –SR- São Paulo
Banco de Dados Digital – Centro Histórico de São Paulo – Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Levantamento de Edifícios Modernos no centro Histórico de São Paulo: IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2014.
Mapas: Comissão IV centenário da cidade de São Paulo. São Paulo Antigo – Plantas da Cidade, São Paulo, 1954; Sara Brasil, 1930; Vasp-Cruzeiro, 1954.
CARRILHO. Marcos José. Distintos edifícios Modernos no centro histórico de São Paulo. In: III Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, 2014. Disponível em: http://www.anparq.org.br/dvd-enanparq-3/Iniciar.htm. Acesso em: 25 Jun 2018.
FICHER, Sylvia. Os arquitetos da Poli: Ensino e Profissão em São Paulo. São Paulo, FAPESP: editora da Universidade de São Paulo (Edusp), 2005.
MONTEIRO. Ana Carla de Castro Alves. Os hotéis da Metrópole - O contexto histórico e urbano da cidade de São Paulo através da produção arquitetônica hoteleira (1940 – 1960). Tese de Doutorado, São Paulo, 2006.
RIBEIRO, A. J. C.. Edifícios Modernos e o centro histórico de São Paulo: dificuldades de textura e forma. Tese de Doutorado, São Paulo, FAUUSP, 2010.
 

[1] Esta obra comparece no livro de Sylvia Ficher – Os arquitetos da Poli: ensino e profissão em São Paulo  – referida porém ao contexto da produção do Escritório Técnico A. B. Pimentel, responsável por sua construção (2005).
[2] Divisão do Arquivo Municipal de Processos, Prefeitura Municipal de São Paulo, Processo nº 98.353/40, p. 35 – 35v.
[3] Divisão do Arquivo Municipal de Processos, Prefeitura Municipal de São Paulo, Processo nº 52282/50, p. 36v.



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